por Paulo Eduardo Gomes Vieira, pastor presidente da Primeira Igreja Batista de São Paulo
A necessidade de afeto e aproximação é característica intrínseca ao ser humano. Como indivíduos, não nos contentamos com a nossa individualidade. Necessitamos da coletividade. A nossa individualidade não nos basta. Por natureza, não somos autônomos, independentes. Precisamos de outros, de amigos, de irmãos. Por natureza, precisamos de apoio uns dos outros.
Esta é uma das principais razões pelas quais o Senhor Jesus fundou a igreja. O termo grego koinonia sugere justamente isto, ajuntamento, comunidade, aproximação de pessoas. Portanto, igreja tem este sentido em sua alma; o aspecto comunitário faz parte da sua essência.
Assim sendo, podemos afirmar que quando nos reunimos como igreja, o fazemos para adorar ao nosso Deus, para desenvolver atividades que contribuam para a edificação e para o crescimento da igreja; nos congregamos para anunciar o amor e a graça salvadora de Cristo, nosso Senhor. Mas podemos afirmar que como igreja também nos encontramos para comungar, para estarmos juntos, para desenvolvermos amizades, aproximação uns com os outros. Este é um dos propósitos da igreja de Cristo, pessoas se encontrando com pessoas, gente convivendo com gente.
O estabelecimento de enlaces fraternos é um valor essencial à idéia de igreja, e não algo de menor importância, secundário, como talvez muitos possam pensar. O livro de Atos nos apresenta alguns exemplos de vida comunitária na igreja primitiva que nos mostram o quanto é valorosa a aproximação de pessoas no cenário do reino de Deus. Atos 2 registra que havia muita alegria, simplicidade de coração e contentamento no convívio entre os irmãos em Jerusalém. Em Antioquia (Atos 11), a alegria comunitária era tão densa, que quando Barnabé chegou àquela igreja, ele viu a graça de Deus naquele ambiente.
Na medida em que a igreja de Cristo transforma em fato concreto este ideal comunitário, ela torna-se lugar onde PESSOAS APOIAM PESSOAS; passa a constituir-se em ambiente freqüentado por irmãos dispostos a deixar o seu espaço de conforto para confortar o outros irmãos.
Deste modo, a igreja prega o evangelho verbalmente, proclamando a verdade redentora do Filho de Deus, mas também prega o evangelho com o seu modo de ser, de existir. A sua vida comunitária torna-se num poderoso instrumento de propagação das boas novas de salvação. Que assim seja entre nós. Amém!