AMPLIANDO O CONCEITO DE ADORAÇÃO

por Paulo Eduardo Gomes Vieira, pastor presidente da Primeira Igreja Batista de São Paulo

E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.Mateus 2:11

                 Originalmente, o conceito de adorar está intimamente associado à ideia de ofertar, de servir. É amplamente sabido dos que conhecem bem a Bíblia, que nos tempos do Velho Testamento, aquele que prestava culto, o fazia apresentando no altar a sua oferta, que quase sempre, era um animal que era imolado pelo sacerdote. Portanto, cultuar era ofertar. Cultuar era ato de entrega. Cultuar era ato de consagração pessoal. Cultuar era ato de serviço.                 

                 Há que se dizer que o rito de imolação de um animal há muito passou. Era próprio de um tempo específico, de uma cultura típica de um período da história. Mas o sentido de serviço, de entrega, intimamente atrelado ao conceito de culto, isso não passou. Culto é entrega, é consagração, é oferta da própria vida no altar de Deus, é ato de serviço aquele a quem nós adoramos.

                   O termo liturgia, muito comumente usado em igrejas históricas como referencia ao culto, faz alusão à ordem de culto. É importantíssimo observar que “liturgia” vem do grego “leitourgeo”, que significa literalmente “servir”. Os sábios do oriente, ao encontrarem o menino Jesus, prostraram-se, o adoraram, e ofertaram-lhe dádivas. Fizeram assim, porque compreendiam que não há adoração sem serviço, sem entrega pessoal, sem oferta da parte daquele que adora.

                 Não quero ser crítico ou ácido em relação ao que vivemos em nossos dias. Mas a minha percepção me diz que este sentido de culto, associado ao serviço, à entrega, à oferta de si mesmo, está significativamente reduzido em nossa cultura evangélica. A maioria busca uma igreja para sentir-se bem. O importante na participação em um culto é que aquele que participa saia satisfeito, com as suas demandas pessoais atendidas e correspondidas.

                 Creio, e creio muito que o culto deve proporcionar benção, edificação, restauração, bons sentimentos nos corações dos que dele participam. E creio muito que quando o culto é impregnado da presença e da graça de Cristo, isso acontece, inevitavelmente.

                  Mas também afirmo que, cristãos maduros, crescidos no conhecimento da Palavra e no relacionamento pessoal com Cristo, quando prestam culto a Ele, o fazem profundamente desejosos de servir, de ofertar, de serem instrumentos nas mãos do Espírito de Deus para que outros sejam edificados.

                  Concluo recomendando a todos nós: ADOREMOS SERVINDO! PRESTEMOS CULTO OFERTANDO! LOUVEMOS CONSAGRANDO NOSSAS VIDAS!

 

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