por Paulo Eduardo Gomes Vieira, pastor presidente da Primeira Igreja Batista de São Paulo
Publicado em 31/10/2021
“Ai de mim, que sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios”. Isaías 6: 5
Isaías foi ao templo, e lá, contemplou uma contundente manifestação da presença de Deus. Ele viu o Senhor assentado sobre um trono elevado e sublime. As bases daquele lugar tremeram quando a voz do que estava no trono ressoou. O interior do santuário ficou cheio de uma nuvem de glória. Os serafins também participaram daquela visão, e mais do que falar, eles clamavam uns para os outros: SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR DOS EXÉRCITOS; A TERRA TODA ESTÁ CHEIA DA SUA GLÓRIA. Sem dúvida, esta foi uma experiência maravilhosa, impressionante.
Mas confesso que não apenas os contornos esplêndidos do que aconteceu me impressionam. Também me impressiona a reação do profeta que contemplou tudo aquilo. Ele se sentiu indigno, transgressor, e constrangido pela transgressão do mundo onde ele estava. Estava na presença de Deus, e a presença de Deus o fez sentir-se incomodado por causa do próprio pecado; ele estava diante daquele que é Santo, Santo, Santo, e isto o fez sentir-se perturbado pela imundície do ambiente em que vivia.
Eis aí uma ferramenta poderosíssima para nos conduzir à verdadeira santidade: a busca pela presença de Deus. Se buscarmos sempre a presença de Deus, então sempre nos afastaremos do pecado, porque transgredir produzirá em nós incômodo e perturbação interior. Se formos constantes na busca pela face de Deus, então a corrupção do mundo decaído nos incomodará constantemente. Se orarmos sem cessar, jamais nos conformaremos com este mundo, mas seremos transformados, tendo a nossa mente renovada por aquele a quem oramos.
Isto difere radicalmente daquilo que se chama de moralismo. Este, constitui-se mais numa produção comportamental, pouco preocupado com os conteúdos da interioridade humana. Busca por santidade é comportamento resultante de um coração que deseja sinceramente viver em integridade, e para tanto, empenha-se para estar identificado com aquele que é perfeitamente santo.
Imersos numa sociedade corrompida e decaída, sejamos santos. Vivendo intensamente num mundo onde o pecado tão de perto nos rodeia, sejamos santos. Para tanto, vivamos uma vida de oração.
Se renunciarmos ao pecado, se abandonarmos tudo o que nos contamina, se abrirmos mão do que desagrada a Deus, sem dúvida, grandes bênçãos virão sobre nós. É a Palavra que nos afirma isso. Se nos santificarmos hoje, amanhã o SENHOR fará maravilhas entre nós (Josué 3:5). Amém!